«Preciso ser um outro - para ser eu mesmo» assim começa o poema de Mia Couto. Uma antítese que não podia estar mais certa. Quantas vezes temos que ser outros para mantermos quem somos?
«No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço »
Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
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