7 de janeiro de 2010

A criança que não queria falar...

«Todos os outros vieram
Tentaram fazer-me rir
Brincaram comigo
Algumas vezes para rir e outras a sério
E depois partiram
Abandonando-me nas ruínas das brincadeiras
E eu não sabia quais eram a sério.
Quais eram para rir e
Vi-me sozinha com os ecos de risos
Que não eram os meus.

E depois chegaste
Com os teus modos estranhos
Nem sempre humanos
E fizeste-me chorar
E não pareceste importar-te que chorasse.
Disseste que as brincadeiras tinham acabado
E esperaste
Até que as minhas lágrimas se transformassem
Em alegria


Esta é a narrativa da relação muito forte, que se vai criando ao longo de menos de um ano de aulas, entre Torey Hayden e a sua aluna Sheila de seis anos, uma menina abandonada pela mãe e que vive ao cuidado de um pai alcoólico e mais tarde de um tio que a maltrata.

À medida que os acontecimentos se desenrolam vamos percebendo como a perseverança e o amor incondicional desta professora conseguem quebrar as barreiras criadas por Sheila, uma criança agressiva e emocionalmente transtornada, vítima de um conjunto de situações que lhe vedaram o acesso a uma infância normal e acima de tudo à experiência maravilhosa dos afectos a que todos têm ou deveriam ter direito.

É este mundo de afectos que desejo a todos neste novo ano, que a preserverança e o amor incondicional façam parte do nosso dia-a-dia. Esta história verídica « é um cântico à alma humana, porque esta menina é como todas as minhas crianças. Como todos nós. É uma sobrevivente.»

Viagem Encantada!

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