16 de outubro de 2013

A queda de um anjo de Afonso Cruz

Para mim a leitura sempre foi,e ainda é, um momento solitário de pura diversão egoísta ou de introspecção profunda e quase metafísica. Gosto de ler, porque sinto que a cada leitura desafio a minha estrutura humana, gosto de ler porque é uma forma de me conhecer. Gosto de ler porque sim, porque me sinto bem.


Agora tentarei superar um desafio: partilhar! Porquê? simplesmente porque sim.

Hoje ao deambular por páginas virtuais tropeçei neste título " A queda de um anjo", mas o que me fez parar foi o seu autor Afonso Cruz. Aquele nome que faz parte da lista da construção da biblioteca que quero ter (espaço em construção contínua). Aquela sensação única de tranquilidade só por ver o seu nome ou os seus títulos na vertical.

12 páginas é o tamanho físico deste conto, mas é infinito o tamanho das emoções e recordações que me provocou. Leiam peço-vos são apenas 12 páginas directas e muito «rentes à carne». Podia falar-vos da inquietação que se sente ao perceber a ligação estranha de um casal. Porque será que tantas vezes ficamos agarrados e dependentes daquilo ou de quem nos faz mal e temos a tendência quase fatalista de afastar quem nos quer bem? Nunca entendi bem o ditado do povo: «Há pessoas que nem com o bem podem.»

Ou podia falar-vos da  lucidez das memórias quando estamos perto do fim. Não deixa de ser impressionante que independentemente dos anos que tenhamos vivido no Fim basta uns segundos ou até breves minutos para resumirmos a nossa existência. Ou fomos Criados para viver muito mais tempo. Ou começarmos a envelhecer e até a morrer cedo de mais.

O conto é um bis como os refrões das músicas, quando lemos a primeira vez é inevitável repetir.

Mas partilhar a leitura não deverá ser um exercício de compreensão ou de análise das personagens como tanto gostam alguns de fazer.

A Ema de Jesus fez-me recordar a última vez que estive com o meu avô antes de ele morrer. Sentada à sua frente perguntei-lhe como estava e ele simplesmente continuou a sua conversa com a sua mulher (minha avó falecida há muitos anos) e dizia-lhe:"espera um pouco estou quase a ir para o pé de ti". - virou-se para mim e perguntou: "então e tu estás feliz?".

Respondi apressadamente que sim, que estava tudo bem atropelando as palavras na esperança ingénua de agarrar aquele breve momento de lucidez e conversar com ele como antigamente fazia.
Ele continuou a conversar com a sua mulher (minha avó) e eu apercebi-me que aquela foi a maneira mais prática, descomplexada e «rente à carne» que ele arranjou para me dizer que aquela seria a nossa última conversa. 

«. Entro numa assoalhada e ouço palavras antigas que foram pronunciadas há um ano ou há uma semana ou há menos tempo. Há palavras que se dizem que nunca mais se apagam.» A queda de um anjo de Afonso Cruz.

Foi bom recordar.
Leiam peço-vos são apenas 12 páginas directas e muito «rentes à carne».
Está disponível on-line.

Saudações encantadas,
Patrícia Almeida



11 de outubro de 2013

 Este domingo temos mais uma sessão do Clube de leitura para pais e filhos na FNAC do Leiriashoping pelas 15h00m.


Livro a explorar: " O livro das receitas malucas"

receitas normais e receitas malucas. Será que já experimentaram Bolas de Merlim
e Pastéis do Nada? Ou umas amêijoas à Bulhão Gato ou Salada de Gambuzinas?
Fazem ideia do seu sabor? Neste clube de leitura convidamos pais e filhos a
virem descobrir com humor e muita imaginação estas receitas e a inventar novas receitas.


Este domingo a hora do conto na FNAC do Leiriashoping é às 11h30m, estão todos convidados a participar.


Livro: "Biscoito de cão"

A Patrícia tinha fome e roubou um biscoito… um biscoito de cão! Não sabia mal, mas algo estranho se passa e a Patrícia começa a transformar-se num cão. Será possível? As crianças estão convidadas a viver esta aventura cheia de imaginação, criatividade e humor. A atividade pretende desenvolver a criatividade, imaginação, compreensão de imagens, cores e formas. Ao mesmo tempo, os mais novos aprendem a comunicar com o mundo e a conhecer os objetos identificados na obra infantil.


Saudações encantadas!