31 de março de 2010

Bolonha RagazziAwards 2010 (II)...



- na Categoria Fiction, De Boomhut, com texto de Ronald Tolman e ilustrações de Marije Tolman (editora Lemniscaat, Holanda);

- na Categoria Non-Fiction, The Riverbank, com texto de Charles Darwin e ilustrações de Fabian Negrin (editora The Creative Company, EUA);

- na Categoria New Horizons, Do!, com texto de Gita Wolf e ilustrações de Ramesh Hengadi e Shantaram Dhadpe (editora Tara Books, Índia).

24 de março de 2010

Bolonha RagazziAwards 2010...

Foram anunciados os vencedores da edição deste ano dos RagazziAwards. Recordamos que a Feira de Bolonha decorre de 23 a 26 do presente mês de Março.



Na Categoria Opera Prima, There was an old lady who swallowed a fly, de Jeremy Holmes (Chronicle Books, EUA).

A configuração visual/plástica  exige dos seus leitores uma leitura e uma manipulação particularmente atentas e demoradas.



Inspirado numa das mais célebres canções infantis do mundo anglo-saxónico, Jeremy Holmes cria um álbum narrativo de estrutura paralelística e de tipo acumulativo, e trata, de forma muito original e até humorística, de um mote raramente versado no universo literário para a infância - a morte
 
Com simplicidade discursiva, o texto, marcado pela repetição e pelo jogo de sonoridades, une-se à elaborada e inovadora concepção gráfica da obra, com especial cuidado ao nível do formato, da composição da página e da pormenorização, concorrendo, sinérgica e eficazmente, ambas narrativas - verbal e visual - para a criação de sentidos e para a sua expressão global.

Saudações encantadas!

17 de março de 2010

Colégio Dr. Luís Pereira da Costa

                                                                                           

 O amanhecer do dia 10 de Março surgiu com as alunas do curso de Técnicas de Apoio à Infância e suas professoras. O frio não nos demoveu pois um lindo sol matinal surgia depois de tantos dias cinzentos.
Foi uma manhã maravilhosa (utilizo a expressão da professora Catarina) de partilha de palavras, olhares, gestos, emoções, letras, livros e muitas histórias.

A biblioteca do colégio foi o nosso local de encontro,  a vontade de conhecer novos mundos foi o motivo da nossa partilha. Os livros proporcionam-nos viagens por mundos físicos e emocionais. Os livros e as suas histórias servem para estar presentes quando tudo o resto está ausente. Os livros permitem que a viagem da vida seja menos solitária.


Depois de termos conhecido o "António de Madrid" - que era liso, às riscas, com rugas, com pintas, manchas, redondo, pequenino, apaixonado e que gostava de ler, etc., etc.,etc. -  ficámos a conhecer como abordar os livros de forma a mediar leitura e quando parecia que caminhávamos para o final do nosso encontro, subitamente ouvimos o alarme de incêndio... e num pânico controlado saímos calmamente para o exterior do edifício... o simulacro de incêndio estava mesmo a acontecer...ninguém se magoou e não houve baixas nos livros nem nas imensas personagens das nossas histórias.

Agradeço a forma amável e disponível como nos receberam (a mim e aos livros), agradeço a partilha e aguardo ansiosamente pelo nosso próximo encontro. 

Visitem o blog de Técnicas de Apoio à Infância:  http://p1binfancia.blogspot.com/

Saudações encantadas!

12 de março de 2010

O Leitor tem:

  

1. O Direito de não ler. Ler é um direito e um privilégio. Não é um castigo.

2. O Direito de saltar páginas. Ler é um acto pessoal, de selecção e interpretação.

3. O Direito de não acabar um livro. O leitor não compra uma obrigação. Saber recusar é uma forma de escolher. 

4. O Direito de reler. Às vezes é tão bom, que temos que repetir. 

5. O Direito de ler não importa o quê. A leitura pode ser emoção de muitas formas. 

6. O Direito de amar os heróis dos romances. As personagens não são só figuras imaginadas. Vivem dentro de cada leitor. 

7. O Direito de ler não importa onde. Não há templos nem tempos exclusivos de leitura. O maravilhoso não tem espaço nem tempo. 

8. O Direito de saltar de livro em livro. Os livros podem-se petiscar. Ler um pouco daqui e depois ler um pouco dali. 

9. O Direito de ler em voz alta. As palavras sabem melhor se ditas e ouvidas. Há músicas nas palavras. 

10. O Direito de não falar do que se leu. O leitor lê-se nos livros. Respeite-se essa intimidade. 

Adaptação de, Direitos do leitor de Daniel Pennac no livro “Como um Romance”, ed. ASA.

Ler (como amar) é uma experiência única, pessoal e intransmissível.

Saudações encantadas! 

    3 de março de 2010

    O Sal e a Água (conto tradicional)


    Era uma vez um rei que tinha três filhas; perguntou a cada uma delas qual era a mais sua amiga. 

    A mais velha respondeu:
    – Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.

    Respondeu a do meio:

    – Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.

    A mais moça respondeu:

    – Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.

    O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras, e pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio de um rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno, e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia: foi passando, até que foi chamada a cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza.

    Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas, e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas de noivado convidou-se o rei que tinha três filhas, e que pusera fora de casa a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que não comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia? Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da filha:

    – É porque a comida não tem sal.

    O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha  colocado sal na comida. Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa, por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito, que lhe queria tanto como a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai.

    O Amor assume várias formas...

    Saudações encantadas!